A terceira edição do Projeto Engenhar da CRASA Infraestrutura aconteceu na tarde de sexta-feira (15/07), em formato remoto, com a participação do Eng. Mauro Beligni, convidado para falar sobre os projetos de pavimentação rodoviária, procedimentos construtivos e controle tecnológico.
Nas boas-vindas ao palestrante e aos participantes, o Eng. Cid Andreucci, Diretor Presidente da CRASA, reforçou a importância do projeto Engenhar, bem como a relevância dos temas abordados. “Nossa intenção é sempre trazer profissionais que são referências em suas áreas para compartilharem conhecimento”, observou. Salientou ainda que este projeto visa a despertar o interesse dos seus colaboradores, estreitar laços, incentivar a busca de informações, além de prepará-los para enfrentar os desafios das obras.
Estrutura de pavimento
Na palestra, o Eng. Mauro Beligni falou sobre tópicos gerais, apresentando conceitos, premissas, tipos de pavimentos, métodos de dimensionamento e materiais empregados na pavimentação rodoviária. Ele também abordou os principais procedimentos construtivos, controle tecnológico de obras, novas tecnologias de materiais e procedimento de levantamentos funcionais e estruturais.
Beligni mostrou exemplos das principais patologias em estruturas de pavimento, causadas por procedimentos construtivos, controles tecnológicos e projetos elaborados de forma deficitária. A estrutura de um pavimento é dimensionada para suportar o tráfego definido para a rodovia em estudo, minimizando possíveis deformações nas camadas que compõe o pavimento, conforme normas vigentes no âmbito que a rodovia será construída.
Controle de qualidade
Segundo Beligni, os parâmetros de projetos de pavimentação devem considerar as características do tráfego, que são fundamentais para o correto dimensionamento da estrutura dos pavimentos (flexíveis, semirrígidos e rígidos). Frisou que o método empírico de dimensionamento e a análise mecanicista são importantes para calcular a tensão e evitar deformação. Argumentou que o controle tecnológico feito nos laboratórios deve ser eficaz e imprescindível para a qualidade da execução da pavimentação, desde a produção do material, transporte até a aplicação.
“A estrutura de pavimento obtida com o emprego do método empírico de dimensionamento é verificada através de procedimentos mecanicistas e com a utilização de programa computacional e modelos de fadiga recomendados na literatura técnica nacional”, acentuou.
Teoria e prática de mãos dadas
Por fim, abordou que é preciso estar alerta e ter muito cuidado com soluções que sejam capazes de operar “milagres” na pavimentação. “É necessário obter nos ensaios em laboratório resultados representativos sobre a durabilidade e funcionalidade para evitar patologias”, observou. “Conhecer o solo, calcular o lançamento do material e sua eficiência estrutural, impactam no tempo de duração do pavimento”.
Beligni finalizou sua apresentação enfatizando que os laboristas, engenheiros da sala técnica e de produção devem sempre associar a prática à teoria. “O engenheiro de obra enfrenta problemas e precisa resolver com certa agilidade, por isso, tem que entender conceitos teóricos, bem como o profissional que atua no laboratório deve conhecer os aspectos técnicos, por exemplo, os fatores que levam à deformação”.
“Uma empresa deve estar consciente de que é preciso estudos, capacitação, laboratórios bem equipados. Investir em ensaios, pesquisas não é custo, é investimento. Além disso, o respeito às normas vigentes em âmbito nacional deve ser considerado, bem como a qualidade dos registros gerados”, concluiu.
No encerramento, o Diretor Presidente da CRASA agradeceu os alertas dados pelo palestrante e concordou que existe sim a necessidade de equilíbrio. O teórico acompanhando o prático e vice-versa para enfrentar e superar os desafios de uma obra, “A CRASA valoriza muito o trabalho em laboratório, que tem posição de destaque na estrutura da companhia, com capacitação dos profissionais e investimentos na melhoria da estrutura. Queremos atingir o estado da arte em nossos projetos”.
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