Investimento em infraestrutura como suporte para o Brasil pós-pandemia
A Covid-19 balançou as estruturas econômicas globais, reduziu a velocidade dos negócio, porém ampliou a necessidade de inovação estrutural para sobrevivência da sociedade
Um vírus que significou a reviravolta dos setores econômico, comportamental e estrutural do mundo. São mais de 17 milhões de pessoas infectadas e a dificuldade em controlar a pandemia continua desafiando o poder público. As projeções de crescimento para este ano já foram revistas e o Banco Mundial estima que as atividades econômicas na América Latina e Caribe caiam 7,2% em 2020.
Inúmeros fatores contribuem para uma visão pessimista e a dificuldade em enxergar perspectivas futuras, porém é verdade que toda crise inspira mudanças e aponta dores que precisam ser tratadas para a evolução continuar existindo. São ciclos dentro do próprio sistema e a sociedade começa a pressionar pela criação de soluções cada vez mais sustentáveis para guiar o futuro.
Considerando que atualmente mais de 85% da população do Brasil vive em cidades e há uma rápida expansão das áreas urbanas do país, fica evidente a necessidade de um investimento substancial em infraestrutura. Afinal, será necessário suporte e condições para habitarem estes espaços, com soluções que facilitem o trânsito, saneamento básico, abastecimento de energia, acesso à internet, entre outros. Muito já existe, porém a ampliação e melhoria dos serviços já ofertados é uma demanda urgente.
Além disso, como indicado pelo Climate Bonds Initiative (CBI), essa realidade precisa ser construída dentro do conceito de ‘Infraestrutura verde’, ou seja, prevendo a sustentabilidade dos negócios o que, inclusive, é uma estratégia que oportuniza aporte financeiro e, consequentemente, estabelece um equilíbrio entre o financiamento e o crescimento.
Segundo o relatório “Tendências Globais no Investimento em Energia Renovável 2020”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e parceiros, a energia renovável está mais econômica do que nunca e é uma perspectiva a ser considerada pelos países em seus pacotes de recuperação pós Covid-19.
O relatório mostra que o custo da instalação de energia renovável está menor, o que significa que os investimentos resultarão em retornos ainda melhores no futuro. Em 2019, a capacidade de energias renováveis, excluindo grandes barragens hidrelétricas de mais de 50 MW, aumentou 184 GW, 12% a mais que em 2018. Apesar disso, o valor em dólar do investimento em 2019 foi apenas 1% maior que no ano anterior, de US$ 282,2 bi.
O investimento em infraestrutura se torna importante para atender a demanda social, bem como, um plano de proteção para possíveis cenários semelhantes. O fechamento de fronteiras, a restrição nas transações internacionais apontam a necessidade de estabelecermos uma estrutura sólida nacionalmente para sustentar e atender as necessidades da população em todas as regiões.
Este é um momento em que é preciso construir as condições para o melhor escoamento logístico somada às alternativas urbanas de transporte incluindo a redução na impressão da pegada de carbono. É um repensar para compreender estratégias que consigam incluir energia renovável, edifícios e cidades inteligentes, transporte público verde, sistemas alimentares e agrícolas sustentáveis e opções para um estilo de vida mais saudável.
A CRASA busca construir reflexões sobre estes atuais desafios a fim de abrir o diálogo para o encontrar as melhores soluções para o futuro.
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