Alicerce na retomada econômica, infraestrutura é a grande aposta do Governo Federal para crescimento do país, porém há desafios que devem ser considerados.
Em meio a crise gerada pela Covid-19, o ano de 2020 se encaminha para o fim acompanhado da interrogação do que está por vir devido às incertezas presentes no cenário. Novos casos da doença começam a surgir na Europa, e as restrições impactam diretamente o sistema econômico mundial, sendo que cada região busca uma estratégia para sustentar a economia doméstica.
No Brasil, desde o ano passado, a proposta do Ministério da Infraestrutura era alavancar o crescimento do país por meio da viabilização de obras nos setores rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário. As projeções são para que, até dezembro, sejam realizados 14 leilões e, dessa forma, abre-se a oportunidade de investimento de mais de R$ 50 bilhões para o setor, conforme apontado pela reportagem do jornal Valor Econômico publicada no final de outubro.
O otimismo permeia a cena e, em contrapartida, acende o alerta sobre a sustentabilidade das obras. Considerando que as concessões partem das Parcerias Público-Privadas (PPP), há a busca por recursos por parte das concessionárias para concluir satisfatoriamente as obras, e na outra ponta os investidores buscando a rentabilidade. Apesar do raciocínio lógico, a instabilidade financeira momentânea é um divisor de águas sobre como encontrar esse ponto de equilíbrio e manter o país em desenvolvimento.
Por suas proporções, o Brasil tem um excesso de demanda em infraestrutura e a paralisação de investimentos nesse momento poderia representar perdas futuras. Assim, essa grande movimentação no setor se alinha aos planos de retomada, pois caminha em conjunto com a solução de demandas sociais e, por consequência, permite a estruturação de bases mais sólidas para a população.
Portanto, os leilões se apresentam como a alternativa eficiente na aceleração da captação de recursos devido a atratividade gerada, de acordo com a análise e experiência adquirida em processos de concessão anteriores, que é considerado um benefício para a entrega do empreendimento.
Durante a pandemia, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) determinou às empresas contratadas que fizessem adaptações nos canteiros e nos alojamentos como estratégia para não suspender o andamento das obras. Segundo reforçou em nota o órgão “mantém suas atividades de planejamento continuado, tanto atual como para o futuro, preparando uma carteira de projetos que poderá ser implementada no momento que a crise terminar.”
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