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Adriana

Setembro Amarelo e Saúde Mental no Trabalho

***Wilson Seiti Okada Junior


Quando se pensa em Saúde Mental, o mês de Setembro é de extrema importância, pois nos lembra da Campanha de Prevenção ao Suicídio, que visa conscientizar as pessoas sobre o tema, bem como evitar o seu acontecimento. Portanto o objetivo do Setembro Amarelo é falar sobre o assunto e auxiliar as pessoas que estejam passando por momentos difíceis a buscarem ajuda.

O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. Segundo a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde - OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.


Sendo assim é importante compreender a relação entre Trabalho e Saúde Mental, pois sabe-se que a imensa maioria dos casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.


Segundo a OMS saúde mental é um “estado de bem-estar em que a pessoa percebe suas habilidades, lida com as tensões normais da vida e trabalha de forma produtiva”, sendo que essa boa condição de qualidade de vida é resultado de um conjunto formado por satisfação pessoal, percepção de potencial intelectual e emocional, capacidade de superação, sociabilidade, além de produtividade acadêmica e profissional.


De maneira oposta a esse estado de bem-estar, uma das grandes preocupações que as empresas têm enfrentado na atualidade é o surgimento de transtornos mentais como a Síndrome de Burnout, oficializada pela OMS como um “fenômeno ligado ao trabalho” em janeiro de 2022. De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome é um distúrbio emocional com sintomas como exaustão extrema provocada pelo excesso de trabalho, sendo que o transtorno é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes.


Desta forma, o cuidado com a saúde mental dos trabalhadores é uma responsabilidade que cada vez mais empresas têm assumido, criando departamentos especializados, fornecendo treinamentos focados na melhoria da qualidade de vida, oferecendo planos de saúde, com possibilidade de exames para depressão, seguidos de encaminhamento clínico, assim como examinar o clima organizacional, entre outras ações.


Todavia, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) o próximo passo seria conceder aos funcionários oportunidades de participar de decisões sobre questões que afetam o estresse no trabalho e instruir gestores para ajudá-los a reconhecer os sinais e sintomas de estresse e depressão nos membros da equipe, encorajando-os a buscar ajuda de profissionais qualificados em saúde mental.


Portanto é fundamental que as organizações tenham consciência que quando algo não vai bem com a saúde mental do trabalhador, por problemas na vida pessoal ou no próprio ambiente de trabalho, há consequências não somente na produtividade e engajamento profissional, mas também envolve todos os aspectos de sua existência e relações, assim como pode ser indicativo de algo ainda mais grave.


*** Wilson Seiti Okada Junior é formado em Psicologia e Pós-graduado em Gestão de Pessoas, trabalha há 10 anos na área de Recursos Humanos na Construção Civil Pesada, atualmente trabalha como Psicólogo Organizacional da CRASA Infraestrutura.




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