O 1º CRASA Day de 2023 recebeu a Gerente de Sustentabilidade da Natura, Eliane Santos, referência entre as 10 TOP Voices sobre Sustentabilidade no LinkedIn, para falar sobre os desafios e as oportunidades do ESG no dia a dia dos negócios. Há dois anos na área de sustentabilidade de Natura, Eliane trouxe aos participantes um olhar prático sobre o ESG a partir de três pilares, os PPP´s – People, Planet e Profit - em português, Pessoas, Planeta e Lucro. O evento também marcou o lançamento do Relatório de Sustentabilidade da CRASA Infraestrutura – ano base 2022, disponível no link: https://bit.ly/41QUNOo.
Com a velocidade das informações e a demanda cada vez mais urgente por conscientização sobre questões sociais, ambientais e de governança, aquilo que é tendência em outros países chega rapidamente ao Brasil. Por isso o ESG tornou-se uma pauta prioritária em companhias do mundo todo.
Eliane Santos destacou que, antes, um assunto global poderia levar até 10 anos para ser implementado no Brasil, mas agora é diferente. E que para colocar em prática o discurso, o primeiro trabalho é a tarefa de casa: “A empresa precisa de uma área que orquestra as pautas, mas no final do dia todos os profissionais de dentro da organização precisam ter essa busca pelo conhecimento constante, as tendências globais afetam cada vez mais os mercados locais”, disse.
ESG e as pessoas
De acordo com o Banco Mundial, cerca de 3 bilhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza em todo o mundo, em condições de vulnerabilidade social. “Hoje tem se falado muito sobre emergência climática, justiça climática, e o que isso tem a ver com a gente?”, indagou Eliane. “Quando falamos de impactos ambientais, oriundos das mudanças climáticas, eles afetam pessoas em condições menos favoráveis. É um dano social que precisa ser discutido, qual o papel das empresas neste cenário? Como assumir nossa responsabilidade, inclusive do ponto de vista financeiro, para apoiar essas populações?
Por isso o primeiro elemento das pautas ESG são as Pessoas”, complementou a profissional. Eliane também destacou que o olhar sobre pessoas deve ser aplicado de dentro para fora: uma empresa só consegue ter uma boa política de ESG se estiver dedicada ao desenvolvimento dos seus colaboradores. Caso contrário, o ESG é apenas uma bandeira, sem aplicabilidade e sem impactos positivos na sociedade. “Muitas empresas falam e pouco fazem. É preciso colocar uma lupa sobre essas pautas, mostrar que a companhia realmente está sendo ética naquilo que está propondo”, disse Eline Santos.
Em relação à CRASA, a Gerente de Sustentabilidade da Natura apontou que os esforços já são perceptíveis ao mercado – a CRASA entrega anualmente um relatório de Sustentabilidade ao mercado e, no dia a dia, promove práticas de governança, preservação ambiental e relacionamento com a comunidade, especialmente nas regiões onde estão as obras executadas pela companhia. Eliane também citou programas desenvolvidos dentro da Natura focados principalmente em diversidade e inclusão. “Fazemos aceleração de carreira e mentoria para que públicos minoritários sejam preparados para assumir novos desafios. Esse é um compromisso público que a Natura assumiu para ir além das metas estabelecidas, adotando os mesmos padrões de carreira e de contratação”, analisou.
ESG e o planeta
Além do incentivo ao desenvolvimento do capital humano de forma inclusiva e igualitária, a Natura é referência em sustentabilidade nos processos produtivos e investe constantemente em inovação para reduzir os impactos ambientais da indústria de cosméticos. “Queremos que o mundo perceba que toda companhia privada precisa, sim, gerar um resultado financeiro, mas acima disso, conduzir os negócios de forma que os nossos impactos sejam medidos. E que, a partir deles, possam abrir oportunidades sociais e gerar um legado”, destacou.
Tendo como guia a Agenda 2030 da ONU para o desenvolvimento sustentável, a companhia de cosméticos instituiu suas próprias metas, como apoiar o desmatamento zero até 2025. Atualmente, a Natura está testando a produção de sabonetes em barra, com menos uso de água e sem embalagem e já utiliza plástico e vidro reciclado em diversas linhas. Outra meta é ter 100% das embalagens recicláveis, biodegradáveis ou biocompostáveis.
ESG e o lucro
Compromisso como meio ambiente, inclusão, diversidade, políticas que valorizem o capital humano: como tudo isso leva ao crescimento das companhias? “É a imagem de marca perante os stakeholders que consolida uma empresa no mercado”, pontuou Eliane. Para a profissional, essa construção de valor em torno de uma marca é peça-chave para a longevidade dos negócios, gerando lembrança de marca para os consumidores e favorecendo parcerias.
O 1º CRASA Day de 2023 contou ainda com a palavra final do presidente da CRASA, Cid Andreucci. “Desde que iniciamos as operações da CRASA, já temos a visão pautada em ESG. O nosso desafio é sempre sair daquilo que já fazemos, que está no relatório, e ampliar as ações, especialmente nos canteiros de obras, onde estamos inseridos na comunidade e onde temos nossa troca direta com as pessoas”, citou Andreucci.
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