***Izabella Zanardo
Para entender a participação da mulher na Engenharia no Brasil, podemos retornar a 1945, ano em que Enedina Alves Marques, a primeira Engenheira negra do país, formou-se na Universidade Federal do Paraná. Segundo pesquisadores, a profissional tinha 32 anos quando se graduou e era somente a sexta mulher a se formar nesta área no país. Em sua vida profissional, totalmente dedicada à Engenharia, ela fez parte, entre outros, da equipe de engenheiros que trabalhou na Usina Hidrelétrica Capivari-Cachoeira, na região metropolitana de Curitiba. Foi, portanto, uma lendária pioneira que, através de sua história, incentiva até hoje outras mulheres a conquistar seu espaço na Engenharia.
De lá para cá, a participação das mulheres nos canteiros de obras tem crescido, principalmente na última década, fruto das discussões sobre a igualdade de gênero que fazem aumentar o interesse delas em ingressar nas atividades relacionadas à Engenharia. Assim, das pioneiras até os dias atuais, cada mulher tem uma boa e rica história vivida para ser contada.
Diante desta evolução, em fevereiro de 2022, o Sistema Confea/Crea comemorou o número de 200 mil profissionais mulheres inscritas no Conselho. São engenheiras, agrônomas, meteorologistas, geógrafas, geólogas, técnicas, enfim, todas as mulheres representadas pelas profissões técnicas que compõem o Sistema. Tal número representa somente em torno de 15% dos profissionais registrados, contudo esse é um percentual que está em crescimento.
A Engenharia ainda é um campo de trabalho predominantemente masculino e a presença da mulher avança lentamente. Mas avança! O ingresso e continuidade nas diversas carreiras é um desafio constante para as mulheres, batalha que deve ser vencida com muito estudo e persistência por trabalhadoras, operadoras, motoristas, auxiliares, assistentes, técnicas, engenheiras, gestoras, enfim todas aquelas que fazem da engenharia seu dia a dia de trabalho.
A vida profissional de todos, homens e mulheres, não é fácil e é cheia de desafios. E para as mulheres, muitas vezes, requer também uma bela dose de coragem e ousadia. A famosa “diversidade”, tão comemorada hoje nas empresas, ajuda a ampliar cada vez mais a participação das mulheres no mercado de trabalho. Como resultado, as empresas podem contar com a capacidade, conhecimento e visão de mundo que as mulheres trazem e usar isso em benefício dos negócios e da própria sociedade.
***Izabella Zanardo é formada em Engenharia Civil e Direito, trabalha há 24 anos nas empresas de Engenharia do grupo empresarial da CRASA, tendo passado por obras e trabalhado na área de propostas, sendo atualmente a Assessora de Riscos & Compliance da CRASA.
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