Fonte Imagem: New Yourk Times: http://bit.ly/31HXpAi
O famoso jornal americano The New York Times publicou, poucas semanas atrás, a matéria “Bricks Alive! Scientists Create Living Concrete”, falando de um assunto que já foi pauta aqui em nosso blog: o “concreto vivo”, ou seja, a renovação dos materiais utilizados na construção.
O material “Frankenstein”, assim chamado por Srubar e sua equipe por adquirir cor verde após a fotossíntese, trata-se de uma mistura de hidrogel, areia e cianobactérias de uma classe comum de micróbios do gênero Synechococcus.
Ao dividir um tijolo em dois e com ajuda de areia e hidrogel, é possível que um tijolo matriz renda até oito novos tijolos. Em razão disso, o transporte de grandes quantidades de material seria reduzido, impactando diretamente no custo operacional.
O método foi desenvolvido por Wil Srubar, diretor do Laboratório de Materiais Vivos da Universidade do Colorado, e sua equipe. Os pesquisadores criaram um material que demonstra resistência semelhante à argamassa à base de cimento.
Pensando na redução da poluição gerada pelo processo de produção de cimento utilizado na composição do concreto, que é responsável por 6% das emissões de carbono quando curado (ou seja, hidratado para reduzir os efeitos da evaporação prematura da água na estrutura concretada), a equipe de pesquisadores produziu o “cimento vivo”, que não emite gás carbônico e, por meio da fotossíntese das bactérias, remove poluentes da atmosfera durante a sua cura.
“Usamos cianobactérias fotossintéticas para biomineralizar o andaime, por isso é realmente verde. Parece um material do tipo Frankenstein”, diz Wil Srubar.
O que realmente entusiasma é o fato de desafiar as formas convencionais pelas quais hoje se fabricam materiais de construção estruturais. “Essa é uma plataforma de material que prepara o terreno para novos materiais interessantes que podem ser projetados para interagir e responder aos seus ambientes”, avalia Srubar.
Os pesquisadores já pensam nos próximos passos, e estão animados com as inúmeras possibilidades que a introdução de bactérias pode trazer ao mundo da construção. A ideia é utilizar ao máximo a biologia na criação de novos materiais. Já se fala em materiais que reagem ao ambiente, como os que detectam e respondem as toxinas no ar.
A ideia é utilizar ao máximo a biologia na criação de novos materiais.
Outra aplicação mencionada é a construção em lugares com recursos limitados, como o deserto ou até mesmo outros planetas. “Em ambientes austeros, esses materiais teriam um desempenho especialmente bom porque usam a luz do Sol para crescer e proliferar com muito pouco material exógeno necessário para o seu crescimento”, diz Srubar.
É realmente surpreendente o universo de possibilidades que surgem quando o desafio é aliar a biologia à construção civil. Veremos, cada vez mais, novos materiais e métodos que tornarão as construções mais sustentáveis e acessíveis, contribuindo não somente para um mundo melhor, mas para a inclusão social através da aquisição de moradias a baixos custos.
Ver matéria New York Times
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