O Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022 é uma agenda para o Brasil criada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) juntamente com líderes empresariais, que visa a construção de uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional. As instabilidades sofridas pelo mercado nacional tem comprometido o desenvolvimento do país que vem perdendo posições no ranking global de competitividade do World Economic Forum e, em 2017, chegou a pior posição dos últimos dez anos. A perda da competitividade nacional compromete o crescimento econômico e a geração de renda e emprego.
Neste artigo daremos ênfase à àrea que nos compete e que está contemplada nas ações necessárias para o desenvolvimento, segundo documento da CNI: a infraestrutura.
Para que haja uma melhora na economia brasileira, são necessários avanços em diversos aspectos relativos à infraestrutura do país. Dentre os principais pontos a serem trabalhados estão: a logística de transporte, o acesso à energia, e a estrutura de transmissão de dados e das telecomunicações.
Para que todas as áreas pertinentes à infraestrutura fossem devidamente contempladas, elas foram divididas em 4 temas. Sendo: Privatizações e concessões, Logística e Transportes, Energia e Telecomunicações.
Tema 1: Privatizações e Concessões
O fortalecimento da indústria brasileira passa inevitavelmente pelo processo de privatização, em grande parte devido às deficiências de infraestrutura ainda presentes no país. Estas deficiências criam gargalos que limitam o crescimento. Para que essas privatizações sejam eficientes, é necessário que haja confiança e regras definidas entre as partes envolvidas, e que a regulamentação e a estrutura de gestão sejam fortalecidas.
Ampliar a participação privada nos investimentos e gestão em infraestrutura:
META
Aumentar a participação do investimento privado em infraestrutura no investimento total em infraestrutura, de 53,8% para 60,0%.
INICIATIVAS
Promoção da privatização ou concessão de empreendimentos em infraestrutura;
Aperfeiçoamento das normas e procedimentos de privatização e concessão;
Viabilização de novas concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas) municipais para a infraestrutura urbana (saneamento, mobilidade, habitação e iluminação pública).
Tema 2: Logística e Transportes
O Brasil ocupa uma das últimas posições nos rankings de logística. Praticamente todos os aspectos logísticos do país precisam ser revistos e melhorados, o que inclui o sistema ferroviário (ampliação de redes, velocidade dos trens e integração entre as linhas), rodoviário (melhorias na malha, incluindo conservação e sinalização), portos (deficiências de acesso, custos e capacidade) e aéreo (capacidade dos aeroportos, atrasos e custos).
Ampliar a oferta e a eficiência dos modais de transporte
META
Aumentar a velocidade média nas ferrovias, de 16,4 km/h para 18,0 km/h.
INICIATIVAS
Manutenção da livre concorrência no transporte rodoviário;
Implementação do direito de passagem ferroviário;
Promoção da Intermodalidade, considerando as cadeias de suprimentos e distribuição da indústria.
Tema 3: Energia
Os preços acima da média e a baixa qualidade dos serviços impactam diretamente as indústrias, principais consumidoras de energia elétrica do país. Outras fontes energéticas devem ser estimuladas, principalmente o gás natural, que é menos agressivo ao meio ambiente, mas que ainda apresenta custo elevado quando comparado a outros países.
Assegurar o suprimento, melhorar a qualidade e reduzir os custos da energia elétrica.
META
Manter o custo da energia elétrica abaixo de R$ 319,00 (em reais de 2006 por MW/h).
INICIATIVAS
Implantação de medidas para o abastecimento de energia elétrica a preços competitivos e com qualidade;
Redução do custo da energia elétrica para os consumidores industriais.
Aumentar a oferta de gás natural e reduzir o custo para níveis competitivos internacionais
META
Reduzir a diferença de preços do gás natural no Brasil em relação ao preço médio medido pelo Henry Hub, de 484% para 200%.
INICIATIVAS
Aperfeiçoamento da regulamentação do setor de gás natural;
Aprovação de uma política nacional para a exploração de gás em terra.
Tema 4: Telecomunicações
Os custos dos serviços de banda larga no Brasil são bastante elevados, ampliados pela alta carga tributária incidente. Este fator, aliado à qualidade ruim do serviço e da baixa velocidade entregue ao consumidor, impedem os avanços da digitalização na produção industrial.
Expandir o acesso, ampliar a velocidade e diminuir o custo do serviço de banda larga
META
Aumentar a proporção de domicílios brasileiros com acesso à banda larga fixa, de 38,5% para 55,0%
INICIATIVAS
Aperfeiçoamento do marco legal das telecomunicações;
Eliminação de gargalos da infraestrutura de telecomunicações com vistas ao desenvolvimento da Indústria 4.0 e melhoria dos serviços públicos;
Ampliação da oferta e da qualidade da infraestrutura de telecomunicações.
O documento prevê que, em 2022, teremos um cenário diferente do que vivemos se agenda for seguida. Imagina-se que em 2022:
"Os investimentos públicos e privados em infraestrutura são ampliados. O sistema logístico brasileiro é mais eficiente e integrado, com melhor distribuição entre os modais. O sistema ferroviário ganha participação na movimentação de cargas, a qualidade das rodovias melhora e a capacidade e eficiência dos portos são ampliadas. Há oferta de energia a preços competitivos em relação aos demais países. A digitalização da economia é acelerada pelo aumento da abrangência e da qualidade da infraestrutura de telecomunicações, elevando a produtividade da indústria e contribuindo para a melhoria dos serviços públicos em educação, saúde e mobilidade urbana."
Como o Brasil está nesse processo?
O Brasil é o 17° colocado entre 18 países no fator infraestrutura e logística segundo o relatório Competitividade Brasil 2017-2018.
Apesar do cenário atual, finalizamos este artigo pontuando que o país está positivamente rumando à concretização dos objetivos propostos neste documento!
A CRASA está constantemente investindo em melhorias e educação para elevar o nível de conhecimento da sua equipe, permitindo que estejamos na linha de frente do desenvolvimento nacional da construção civil.
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